Cidades vazias, lembranças cheias

Cidades vazias, lembranças cheias

Saio às ruas de sexta-feira.
As luzes não iluminam ninguém.
Vago por cruzamentos feito ceifeira,
sem buscar alma de alguém.

Quero viver os últimos dias
dessa pandemia que sucumbe vidas.
O silêncio das cidades vazias
deixando as minhas lembranças lívidas.

Desejo o calor do aconchego,
mas só tenho a memória.
Tuas mãos entrelaçadas sem apego,
remete-me à uma felicidade ilusória.

Vou seguir passos do destino,
esquecer todos seus abraços vazios.
Procurar calor em outro libertino,
deixando de lado todos princípios.

Viverei em dias deveras cheios,
ainda que de lembranças vagas,
em que exponho meus anseios,
nas cidades esvaziadas pelas pragas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Voltar ao topo!