Violeta adorava cantar. Na companhia certa, virava a noite a farfalhar sua viola.
Certo dia, ao encontrar Hortência, iniciaram um duelo de cores e dores.
Muito se sabia sobre as duas, mas poucos haviam visto aquelas flores cantarolando.
Como uma espécie de canto de sereia, ambas enfeitiçaram o jardim.
Rosa ficou pasma com o talento de duas, mas sem dar o braço a torcer: “Violeta mal sabe a letra”; “A lá, Hortência. Nem tem potência…”.
Vista por muitos como impetuosa, Petúnia soube reconhecer o talento da amigas com um farfalhar de folhas.
A roda só terminou ao raiar do sol, quando Camélia já tinha se despetalado toda na dança, ficando nua em estigma, e Mimosa, toda pudica, caia em sono profundo.