Amores em Pedaços

Amores em Pedaços

A receita do amor em pedaço é bem simples. Basta seguir o passo a passo, misturando os ingredientes na sequência certa e quantidades adequadas. Então é só aguardar o cozimento e aproveitar os sabores intensos dos pedaços de amor.

Massa

• 2 colheres de água gelada;
• 700g de farinha de trigo;
• 30g de manteiga;
• 30g de açúcar;
• 2 gemas.

Misture a farinha e a manteiga com a ponta dos dedos até formar uma farofinha. Adicione as gemas, o açúcar e a água. Sove até ficar uma massa homogênea. Divida-a em duas partes. Reserve.

Recheio

• 1 abacaxi grande;
• 30ml de cachaça;
• 30g de manteiga;
• 500g de açúcar;
• 1 pau de canela;
• 1 coco seco;
• 2 cravos;
• 3 gemas.

Pique o abacaxi sem o miolo em pedaços pequenos e bata no liquidificador com a cachaça. Rale a polpa do coco. Misture o abacaxi batido com o coco ralado, manteiga, gemas passadas na peneira, açúcar, canela e cravo numa panela grande. Coloque em fogo baixo e, sempre misturando, deixe até aparecer o fundo da panela. Espere esfriar e retire o pau de canela e os cravos.

Unte, com manteiga, um tabuleiro de mais ou menos 30 cm x 22 cm. Forre o fundo com uma metade da massa e coloque o recheio. Abra a outra metade de massa com ajuda de um rolo até ficar uma lâmina que cubra todo o recheio. Pincele com gema. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por 35 minutos ou até corar. Espere esfriar e com ajuda de um aro corte rodelas e pulverize com açúcar de confeiteiro.

Infelizmente, o amor não tem um receita tão bem definida. Mas, tenha certeza de que ele terminará em pedaços. Mesmo assim, o ser humano segue em sua batalha diária em busca da outra metade de sua laranja.

A certeza grega de que os deuses do Olimpo puniram os humanos nos separando de nossas almas gêmeas e nos fazendo purgar, muitas vezes durante uma vida toda, em busca daquilo que nos completa, faz com que homens e mulheres sofram diariamente a dor da incompletude.

Incontáveis pessoas vivem não para si, mas para um outro ser humano. Querem ser a razão de viver do outro. Aquele pelo qual o amado arriscaria a sua própria vida. Despojaria-se de todas as qualidades e defeitos para, em essência, apenas ser. Muitos apenas esperam por este encontro.

Outros, na ânsia de viver e sentir-se vivo, movem mundos para antecipar o tão sonhado e esperado momento. Por vezes, idealizam errado. Veem a tal perfeição em quem não pode ou não quer ser perfeito. E há aqueles que, cegos pela busca, passam desapercebidos pelo que tanto desejam.

Não sei se o prazer da vida está em aprender a bem viver ou em viver bem. Sinceramente, ainda não concluí se a felicidade está nesta busca infindável por amor ou em apenas amar.

Talvez o medo de não ter pelo o quê buscar quando, enfim, se encontra o amor, acaba por provocar a insatisfação permanente em algumas pessoas. Mas são diferentes aquelas que simplesmente amam e se acomodam com a situação, imaginando que não há mais o quê buscar?

Estas, acabam por esquecer o doce prazer de conquistar e ser conquistado dia após dia e acabam se perdendo em si próprias. Ou seria “se encontrando completos”, sem a necessidade do outro?

Felizmente, o amor não tem receita e, mesmo terminando em pedaços que por vezes perfuram a alma e tingem a vida de vermelho, nos fazem humanos. Todos passíveis de erros e acertos. É disto que se trata as próximas postagens.

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